O cenário das micro e pequenas empresas poderia ser melhor se o governo federal modificasse a tributação e compreendesse a importância social delas na geração de empregos e capacitação de pessoas. Esse entendimento é de especialistas e representantes de entidades do setor. "Vivemos um momento muito positivo, apesar de os impostos federais terem aumentado 15%, segundo nossos estudos. Prova disso é o crescimento da arrecadação, 4 vezes mais que o Produto Interno Bruto (PIB)", destaca Paulo Gasparotto, presidente da CDL Cuiabá. Para ele, o aumento da carga tributária em pequenas doses já é sentida pelos micro e pequenos empresários.
Outro ponto destacado pelo presidente da entidade é a falta de correção das alíquotas dos impostos, como o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples). "Há 6 anos não há nenhum reajuste. Com a inflação do período, lógico que o arrecadado por elas aumenta, o que necessitaria de uma revisão".
A dupla tributação do Imposto sob Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) também é um problema enfrentado por pequenos empresários. "Pagamos o imposto duas vezes. Uma quando compramos a mercadoria em outro Estado, por exemplo, e outra quando realizamos a venda e recolhemos o Simples Nacional", salienta o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de Mato Grosso (Sescon/MT), Adão Alonço dos Reis.
Fiscalização - Além da questão dos impostos, os empresários reclamam da falta de fiscalização, sobretudo com produtos oriundos de outros Estados que são comercializados sem nota fiscal, o que caracteriza concorrência desleal. "Temos informações de caminhões que chegam em Mato Grosso vindos de Minas Gerais e Paraná que não recolhem os impostos e, logicamente, são vendidos a preços abaixo do praticado no mercado", destaca Evny Sendeski, diretora de uma empresa de alumínio. Para ela, não fossem estes problemas a empresa teria um número superior aos 80 funcionários que emprega só na revenda de perfis de alumínio. "Apesar de todas estas dificuldades, as empresas continuam a crescer".
Fonte: gazetadigital.com.br
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